17/08/2020

Campanha: Banco do Brasil traz mais propostas para retirada de direitos



Depois de apresentar uma proposta para redução do período de avaliação para retirada de comissão de função, com o consequente rebaixamento de salários, na reunião desta segunda-feira (17) com a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), o banco trouxe mais quatro propostas que podem trazer prejuízos aos funcionários: a proibição da acumulação e venda dos cinco dias de folga a que o funcionário tem direito a cada ano; o fim do descanso de 10 minutos a cada hora para os funcionários do autoatendimento; o registro de ponto do intervalo de 30 minutos para almoço; e a implantação do ponto eletrônico para os funcionários do BB Seguridade, BBDTVM e outras subsidiárias do banco.

“O banco está nos trazendo a pauta do governo Bolsonaro, que quer rebaixar salários e reduzir direitos de todos os trabalhadores de empresas estatais, inclusive dos bancos públicos”, avaliou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Se nas cláusulas sociais está deste jeito, podemos esperar algo ainda pior das negociações das cláusulas econômicas, na mesa única de negociações com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos)”, completou.

Abonos 

O banco sugeriu que os cinco abonos a que os funcionários do BB têm direito há anos não sejam acumuláveis e não sejam transformados em pecúnia. Pela proposta, os abonos teriam de ser utilizados no período de um ano, e os trabalhadores teriam de obrigatoriamente utilizá-los como folga.  Atualmente os cinco abonos a que os funcionários têm direito podem ser acumulados e podem ser vendidos (transformados em pecúnia).  

Intervalo para funcionários do autoatendimento  

Também está propondo retirar do ACT os intervalos de 10 minutos (a cada 50 minutos trabalhados, 10 minutos de descanso) que o pessoal das salas de autoatendimento têm direito.

Outra proposta apresentada na negociação desta segunda-feira foi o registro no sistema do intervalo de 15 ou 30 minutos para quem cumpre jornada de seis horas.  

Intervalo para jornada de seis horas 

A CEBB, que representa os trabalhadores na mesa de negociação, manifestou sua contrariedade e reforçou que os bancários querem o reconhecimento dos 15 minutos ou dos 30 minutos de intervalo dentro da jornada de seis horas, como ocorre atualmente na Caixa. No BB, o bancário cumpre seis horas e 15 minutos, ou seis horas e 30 minutos. 

A direção do BB sugeriu estender o ponto eletrônico para coligadas do Banco do Brasil: Fundação Banco do Brasil, BB Seguridade, BB Consórcio. 

O único avanço nos direitos dos bancários do BB proposto pela direção da empresa na negociação desta segunda-feira (17) foi o aumento do prazo para folga da Justiça Eleitoral: ao invés dos atuais dois meses, passaria a ser 6 meses conforme reivindicação dos trabalhadores.  

“Na negociação de hoje, a direção do BB reforçou seu alinhamento com a política de retirada de direitos dos trabalhadores que pauta a gestão Bolsonaro/Paulo Guedes. É um cenário bastante adverso para os trabalhadores, que terão de mostrar mobilização nas redes sociais para manter os direitos conquistados com muito esforço durante anos”, afirma Getulio Maciel, dirigente sindical e representante da CEEB pela FETEC-CUT/SP. 

Só a luta te garante

O coordenador na CEBB ressaltou a importância da mobilização e participação da categoria nas ações para pressionar os bancos. “Os bancários têm a consciência de que precisam participar das atividades para pressionar os bancos. O que eles talvez ainda não tenham se dado conta é que, neste ano, as atividades não são presenciais, não estão relacionadas ao fechamento de agências e departamentos. A luta vai ser toda por meio da atuação nas redes sociais”, ressaltou. “Os bancários precisam atuar, nem que seja por meio de um perfil secundário, para conseguirem manter seus direitos, seu emprego e sua renda”, disse.

Fukunaga disse que a CEBB vai se reunir, mais uma vez para avaliar as formas de mobilizar os funcionários para lutar contra as propostas que retiram direitos dos trabalhadores.
Fonte: Contraf-CUT, com informações de Seeb SP

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