03/08/2020
Teletrabalho pode precarizar ainda mais condições de trabalho da categoria bancária

Necessidade para reduzir os riscos de contágio pelo novo coronavírus, o trabalho a distância poderá ser mantido após o fim da pandemia. Alguns segmentos, como os bancos, por exemplo, cogitam essa possibilidade. Para os bancários, que já atuam em condições precárias de trabalho, o home office pode agravar problemas como sobrecarga de trabalho, extrapolação de jornada e pressão por metas.
“Não sabemos até quando se dará a pandemia. Mas, hoje, da forma que está ocorrendo na Caixa, o teletrabalho não é bom para o trabalhador. Não existe jornada, as metas são abusivas, não tem ergonomia, dentre outras irregularidades”, alerta a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
Segundo a dirigente, as entidades representativas dos bancários defendem que o trabalho remoto seja uma opção do trabalhador. O assunto, que foi debatido durante o 36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), estará na pauta da Campanha Nacional dos Bancários. “Será um dos pontos da nossa negociação. O Comando quer regrar o teletrabalho de forma que proteja o trabalhador e os custos também sejam pagos pela empresa”, acrescenta Fabiana Uehara.
Em 2017, a Reforma Trabalhista regrou o teletrabalho, mas terminou beneficiando as empresas ao transferir os custos dos empregadores para os trabalhadores, dentre outros problemas.
"Defendemos a manutenção do home office neste período pandêmico para proteger a saúde e vida dos trabalhadores. Mas, pós pandemia é fundamentall que haja um diálogo dos bancos com o movimento sindical sobre a regulamentação do teletrabalho, para discutir questões como jornada, equipamentos, quem será responsável pela compra dos equipamentos, estruturas, etc. Os banqueiros alegam que o teletrabalho melhorou o desempenho dos trabalhadores, mas esse aumento de produtividade não pode estar relacionado à cobrança das metas e ao receio de desemprego no período pós-pandemia", defende o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Caixa
O trabalho remoto já era algo que estava sendo avaliado pelo banco, inclusive tendo um piloto desde 2019. Em 24 de junho deste ano, em entrevista à CNN, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que o banco vai expandir seu programa de trabalho remoto após a pandemia.
A manutenção do trabalho remoto também é admitida por outros bancos. No Bradesco, segundo matéria divulgada pela Agência Reuters na sexta-feira (31), a implantação do teletrabalho faz parte de planos mais amplos de cortar custos entre 5% e 7% a partir do próximo ano. O banco alega que a nova rotatividade dos funcionários permitirá levantar entre R$ 600 a 800 milhões com a venda de ativos imobiliários e gerar uma economia anual de R$ 100 milhões em aluguel.
Servidores Federais
O Ministério da Economia também anunciou que irá expandir o teletrabalho de servidores públicos federais, mesmo após a pandemia de Covid-19. Uma instrução normativa, publicada na sexta-feira (31), estabelece as orientações para a adoção do regime.
O servidor que aderir ao teletrabalho – em regime parcial ou integral – terá que assinar e cumprir um plano de trabalho. As novas regras entram em vigor no dia 1º de setembro. As despesas com internet, energia elétrica, telefone e outras semelhantes são de responsabilidade do participante que optar pela modalidade de teletrabalho. Não haverá cômputo de horas extras ou de banco de horas.
“Não sabemos até quando se dará a pandemia. Mas, hoje, da forma que está ocorrendo na Caixa, o teletrabalho não é bom para o trabalhador. Não existe jornada, as metas são abusivas, não tem ergonomia, dentre outras irregularidades”, alerta a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
Segundo a dirigente, as entidades representativas dos bancários defendem que o trabalho remoto seja uma opção do trabalhador. O assunto, que foi debatido durante o 36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), estará na pauta da Campanha Nacional dos Bancários. “Será um dos pontos da nossa negociação. O Comando quer regrar o teletrabalho de forma que proteja o trabalhador e os custos também sejam pagos pela empresa”, acrescenta Fabiana Uehara.
Em 2017, a Reforma Trabalhista regrou o teletrabalho, mas terminou beneficiando as empresas ao transferir os custos dos empregadores para os trabalhadores, dentre outros problemas.
"Defendemos a manutenção do home office neste período pandêmico para proteger a saúde e vida dos trabalhadores. Mas, pós pandemia é fundamentall que haja um diálogo dos bancos com o movimento sindical sobre a regulamentação do teletrabalho, para discutir questões como jornada, equipamentos, quem será responsável pela compra dos equipamentos, estruturas, etc. Os banqueiros alegam que o teletrabalho melhorou o desempenho dos trabalhadores, mas esse aumento de produtividade não pode estar relacionado à cobrança das metas e ao receio de desemprego no período pós-pandemia", defende o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Caixa
O trabalho remoto já era algo que estava sendo avaliado pelo banco, inclusive tendo um piloto desde 2019. Em 24 de junho deste ano, em entrevista à CNN, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que o banco vai expandir seu programa de trabalho remoto após a pandemia.
A manutenção do trabalho remoto também é admitida por outros bancos. No Bradesco, segundo matéria divulgada pela Agência Reuters na sexta-feira (31), a implantação do teletrabalho faz parte de planos mais amplos de cortar custos entre 5% e 7% a partir do próximo ano. O banco alega que a nova rotatividade dos funcionários permitirá levantar entre R$ 600 a 800 milhões com a venda de ativos imobiliários e gerar uma economia anual de R$ 100 milhões em aluguel.
Servidores Federais
O Ministério da Economia também anunciou que irá expandir o teletrabalho de servidores públicos federais, mesmo após a pandemia de Covid-19. Uma instrução normativa, publicada na sexta-feira (31), estabelece as orientações para a adoção do regime.
O servidor que aderir ao teletrabalho – em regime parcial ou integral – terá que assinar e cumprir um plano de trabalho. As novas regras entram em vigor no dia 1º de setembro. As despesas com internet, energia elétrica, telefone e outras semelhantes são de responsabilidade do participante que optar pela modalidade de teletrabalho. Não haverá cômputo de horas extras ou de banco de horas.
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