11/07/2020
Luiz Belluzzo destaca a importância dos bancos públicos na abertura dos congressos

O Economista e professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, palestrante convidado para abertura do 36º Congresso dos Empregados da Caixa Econômica Federal, do 31º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, do 26º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil e do 11º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco da Amazônia, destacou a importância dos bancos públicos para a recuperação do país em momento de crise, como o que estamos vivendo.
“Não há nenhuma possibilidade da economia brasileira se recuperar sem a atuação dos bancos públicos. Vemos isso no atual momento. O governo disponibilizou recursos para os bancos emprestarem para pequenas e médias empresas, mas os bancos privados não estão emprestando. Somente os bancos públicos estão liberando os recursos. Os bancos privados têm medo de calote e eles estão certos, porque o Estado não deu as garantias necessárias para que os bancos emprestassem. Somente os bancos públicos podem socorrer as empresas”, observou o economista.
Belluzzo explicou que vivemos um momento de ruptura de cadeias econômicas e que, em situações como esta, o Estado precisa socorrer a sociedade, socorrer a economia e garantir a renda da população.
“As pessoas vão usar os recursos para consumir e estes recursos vão para as empresas e isso gera receita fiscal para o Estado. O efeito líquido na economia é muito maior do que se não houver o gasto necessário para socorrer a população”, explicou Belluzzo.
O economista explicou, ainda que isso pode ser observado ao longo da história da sociedade capitalista. “Se olharmos a história do capitalismo, desde o período mercantil, observamos uma presença permanente do Estado no gasto público, nas políticas sociais, sem falar do pós-guerra, que foi um período em que o Estado reconstruiu não só a sociedade mas economia capitalista, sendo o responsável por todas as políticas públicas e pelo crescimento econômico”, disse.
Paralisia do governo
Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, o atual Governo Federal não atua desta forma.
“Na verdade, o Governo Bolsonaro não tem atuado para socorrer a população. Quando a pandemia chegou ao Brasil, a primeira ação foi socorrer o sistema financeiro. Mas, para garantir o auxílio emergencial para as classes mais baixas, foi preciso que as centrais sindicais e partidos de oposição fizessem pressão sobre o governo e Congresso Nacional. O governo queria dar apenas uma parcela de R$ 200 para os mais pobres”, lembrou a presidenta da Contraf-CUT.
“As falas do presidente do Banco do Brasil (Rubem Novaes) vão no sentido de que tudo deve ser concedido ao mercado. Segundo ele, tivemos que flexibilizar as leis trabalhistas e a reforma da Previdência para ajudar o mercado, para a economia crescer. Mas, feitas as reformas, não temos visto isso. Antes da pandemia a economia já patinava. E o discurso ideológico do governo continua sendo o de proteger o mercado”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
“No início da pandemia chegamos a ver o discurso da importância dos bancos públicos para o Estado brasileiro, mas já voltou a ganhar a mídia as filas nos entornos da Caixa, com o objetivo de prejudicar a imagem do banco público e dos empregados e forçar a necessidade de vender o banco. Mas, a população sabe a importância desses bancos e, por isso, cerca de 70% da população é contra a privatização”, destacou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, Dionísio Reis.
Veja mais
Veja a íntegra da palestra de Belluzzo, com as intervenções da presidenta da Contraf-CUT e dos coordenadores da CEBB e da CEE/Caixa, na galeria de vídeos do site do Sindicato. Clique aqui.
Veja também as demais palestras dos congressos da Caixa e do BB, que ocorrem neste sábado (11) e domingo (12), respectivamente.
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