04/07/2020
22ª Conferência Estadual: categoria bancária se organiza pela manutenção do emprego e direitos

Os bancários do Estado de São Paulo definiram suas prioridades para a Campanha Nacional Unificada 2020. A 22ª Conferência Estadual dos Bancários de São Paulo, realizada neste sábado 4 de julho, de forma virtual, votou a pauta de reivindicações que será levada ao debate na Conferência Nacional, a ser realizada entre os dias 17 e 18 de julho, e que aprovará a pauta final de reivindicações, a ser entregue à federação dos bancos (Fenaban).
Os congressos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal serão realizados de 10 a 12 de julho. A data base da categoria é 1º de setembro.
Mesmo em isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, a categoria bancária será chamada a participar da campanha, inicialmente respondendo à Consulta Nacional aos Bancários, que permite a todos os trabalhadores darem sua opinião sobre temas importantes, as prioridades da campanha, as formas como os sindicatos devem se comunicar e até como pretende participar das ações da campanha.
Participaram da 22ª Conferência Estadual dos Bancários de São Paulo 325 delegados. Representando o Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, participaram o presidente do Sindicato, Roberto Carlos Vicentim, e os diretores Antônio Júlio Gonçalves Neto, Júlio César Trigo, Luiz Eduardo Campolungo, Luiz César de Freitas, Ricardo Jorge Nassar Júnior, Rafael Lopes Vieira, Antônio Carlos Nunes de Oliveira, Jane Aparecida de Oliveria, Luana Gerlach, Andréa Regina André, Rinaldo Antônio Volki e Elves Ronaldo Barboza.
Este ano o movimento sindical bancário terá como prioridade a manutenção dos empregos e direitos, duramente conquistados e ameaçados por conta do fechamento de postos de trabalho e do home office definitivo, que acarretará em inúmeros prejuízos aos bancários se não houver uma regulamentação com a participação dos representantes dos trabalhadores.
O movimento sindical irá lutar para impedir que as formas precárias de contratação e condições de trabalho se tornem uma realidade dentro da categoria. Por conta da pandemia do coronavírus, as entidades representativas lutam para que, hoje, 350 mil bancários se mantenham em regime de teletrabalho a fim de evitar que se contaminem e morram de covid-19. Contudo, os bancos querem implantar o home office definitivo unicamente para reduzir seus custos, mas é preciso estabelecer critérios para manter condições adequadas de trabalho, com garantias de saúde e segurança, e cobrar para que os bancos se responsabilizem pelos equipamentos e estrutura necessária, além de garantias que a jornada de trabalho será respeitada.
Também será reivindica a defesa do papel dos bancos públicos, que estão sendo desmontados pela atual administração e a defesa dos empregos diante do impacto das novas tecnologias no setor financeiro que investe R$ 25 bilhões ao ano em TI, fazendo com que 63% das transações financeiras sejam realizadas em canais digitais, o que garante aos bancos enorme redução de custos administrativos e com força de trabalho. É inadmissível que os bancos não dividam com os trabalhadores e com a sociedade esses ganhos.
Ataques aos direitos humanos, trabalhistas e sociais
Além deste cenário que atinge frotalmente a categoria bancária, o conjunto da sociedade brasileira ainda enfrenta ameaças do governo Bolsonaro representadas por ataques aos direitos dos trabalhadores, humanos e sociais; à saúde; à ciência; à educação; à cultura; aos negros; além do aumento da violência contra as mulheres por conta do isolamento social imposto pela pandemia.
A conjuntura adversa impõe à categoria bancária inúmeros desafios e motivos de sobra para mobilização e luta.
Os bancários integram a classe trabalhadora, e há uma luta de classes constante, intensificada pela conjuntura atual imposta por um governo que é contra direitos trabalhistas, sociais e humanos; antipopular e anti-Brasil. É preciso enfrentar não só o fechamento de postos de trabalhos bancários por conta da automação dos bancos, como também as ameaças promovidas pelas forças que controlam o poder e que pretendem privatizar o petróleo, a água e as empresas públicas; transformar as florestas em pastos para o lucro dos ruralistas; retirar direitos do funcionalismo público; e destruir o que resta das políticas públicas.
O presidente do Sindicato, Roberto Carlos Vicentim, explica que o Congresso Estadual é uma etapa bastante importante para a Campanha Nacional dos Bancários. "É quando analisamos o cenário atual e alinhamos as demandas e as estratégias de luta que serão levadas para a Conferência Nacional, a fim de preservar os direitos da categoria, avançar nas conquistas e fazer com que os bancos cumpram o seu papel social. Neste ano, com tantos ataques aos trabalhadores e alteraçõe nas relações de trabalho em decorrência também da conjuntura atual, os bancários têm diversos motivos para se organizar e fortalecer a luta pelos seus direitos, pelos empregos, melhores condições de trabalho e, sobretudo, por um país mais digno para todos", conclui.
Plano de Lutas definido na 22ª Conferência Estadual dos Bancários
- Manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho e da mesa de negociação com os bancos;
- Em defesa do emprego;
- Pela continuidade do aumento real e PLR;
- Contra o fechamento de agências e departamentos;
- Em defesa dos bancos públicos e da sua função social;
- Regulamentação da jornada de Teletrabalho;
- Sindicalização eletrônica;
- Bancarização X Fechamento de agencias;
- Crédito com juros baixos para impulsionar o crescimento e distribuição de renda;
- Defesa dos bancos públicos;
- Saúde e condições de trabalho;
- Defesa da democracia;
- Apoiar candidaturas nas eleições municipais de 2020 que defendamos os direitos dos trabalhadores e os bancos públicos;
- Ampliar o acesso dos brasileiros aos bancos;
- Defender a concessão de crédito com juros baixos, para impulsionar o crescimento econômico e a distribuição de renda;
- Ampliar nossa representação através dos que defendem os direitos dos trabalhadores e dos bancos públicos.
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