02/07/2020
Julho das Pretas: Sindicato se junta à Contraf-CUT para enaltecer luta das mulheres negras

O Dia Internacional da Mulher Negra é comemorado em toda a América Latina e Caribe, no dia 25 de julho. No Brasil, a data faz referência a Tereza de Benguela, líder quilombola, símbolo da resistência contra a escravidão. Para rememorar a luta de Tereza e de todas as mulheres negras latino-americanas e caribenhas por uma sociedade mais justa, igualitária e livre de preconceitos, o Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, junto com a Contraf-CUT, dedica o mês de julho para informar e debater o combate ao racismo nas redes sociais.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres estudam por mais anos do que os homens. Ainda assim, entre pessoas de 25 a 44 anos de idade, o percentual de mulheres brancas com ensino superior completo (23,5%) é 2,3 vezes maior do que o de mulheres pretas ou pardas (10,4%).
Ao considerar cor ou raça, a desigualdade no atraso escolar se apresenta de forma considerável entre as mulheres: 30,7% das pretas ou pardas de 15 a 17 anos de idade apresentaram atraso escolar no ensino médio, enquanto que apenas 19,9% das mulheres brancas dessa mesma faixa etária estavam em situação semelhante.
As mulheres negras são ainda as que mais se dedicam aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos, com 18,6 horas semanais. Mulheres estas que em sua grande maioria tentam conciliares estudos, carreira profissional e questões pessoais.
Para a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, esses dados são reflexos das desigualdades sociais do país e não podem ser ignorados. “Vivemos em pleno século XXI e não podemos mais permitir que as mulheres negras ainda sejam inferiorizadas pelo seu gênero e cor. Não podemos permitir que ainda tenhamos que conviver com o preconceito racial. Por isso, vamos dedicar todo o mês de julho com ações informativas e educativas para combater o racismo”, afirmou Elaine.
Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, a luta contra o preconceito racial se torna ainda mais necessária no momento atual, no qual o país passa por uma pandemia e a população negra sofre com a escassez de recursos para a saúde. “Mesmo após todos os esforços e ensinamentos de Tereza de Benguela, infelizmente, ainda vivemos retrocessos e falta de investimentos em políticas públicas para a redução das desigualdades que ameaçam a população negra. Essas desigualdades se destacam ainda mais durante a pandemia. Dados mostram que de cada três brasileiros negros hospitalizados por Covid-19, um morre. Enquanto entre brancos a proporção é de uma morte a cada 4,4 internações”, explicou.
A campanha Julho das Pretas também conta com a participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que realizará atividades ao longo do mês para fortalecer o debate do tema.
Nesta quinta-feira (2), às 16h, a CUT/SP realizará uma transmissão ao vivo para conversar com a população sobre “Vida, Luta e Resistência das Mulheres Negras”. A live faz parte de um ciclo de debates que será realizado pela entidade pelo programa virtual CUT/SP em Ação.
Estão previstas as presenças de Ieda Leal, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), da CUT Goiás e coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Ana Nice (PT), vereadora de São Bernardo do Campo, e Maria Rosalina dos Santos, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
A mediação da atividade será feita Rosana Aparecida da Silva, secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, e por Ana Marta, coordenadora do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
A transmissão da atividade será realizada nas páginas da CUT-SP no Facebook e no YouTube.

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