03/06/2019
Liberação do FGTS: mais uma medida do governo para privatizar recursos do Fundo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na última quinta-feira, (30), que o governo está estudando liberar o saque de contas ativas e inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Na opinião do presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, o anúncio, feito de forma intempestiva e sem nenhum embasamento conhecido sobre seus resultados, é parte da intenção de entregar os recursos que pertencem aos trabalhadores para a iniciativa privada e retirar a Caixa da gestão pública dos recursos para habitação, saneamento e infraestrutura das cidades.
“Temos visto que desde 2016 especula-se sobre o interesse dos bancos privados no FGTS, que soma R$ 500 bilhões em ativos e patrimônio líquido superior a R$ 100 bilhões. Essa medida, combinada com a exclusão da Caixa do Conselho Curador do FGTS e a redução pela metade do número de representantes dos trabalhadores e das empresas que compõe o Conselho aponta para uma descentralização dos recursos atualmente administrados pela CEF. Os maiores prejudicados serão os trabalhadores”, afirmou.
Na opinião dele, o FGTS integra a missão da Caixa de atuar na promoção da cidadania, investindo em programas de habitação e obras de infraestrutura e saneamento, devendo permanecer nas mãos do poder público. “Em meio à escassez de dinheiro para o financiamento a longo prazo, o sistema financeiro privado quer ter acesso a uma fonte barata de captação. Precisaremos de muita mobilização para impedir esses ataques”, ressaltou.
Em um quadro de desemprego e deterioração da economia, em que cerca de 60% dos trabalhadores se encontram endividados, liberar os recursos de contas ativas do FGTS servirá apenas para que as pessoas paguem suas dívidas nos bancos. A opinião é da representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, ao comentar as declarações do ministro da Economia.
“Além de ser um populismo, pois não resolverá os problemas das pessoas que precisam de emprego e renda e apenas aliviará as dívidas com cartão de crédito, a liberação e consequente redução dos recursos atingirá em cheio o setor da construção civil, um dos maiores geradores de emprego do país”, afirmou.
Sinduscon
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Paulo Baraona, também já se manifestou contra a utilização do FGTS para estimular o consumo via liberação do FGTS, que pode ter um resultado diferente do alardeado. “Boa parte das moradias sociais precisam do Fundo para saírem do papel. A CEF sempre destinou recursos do FGTS para a população de baixa renda, recursos que depois voltam para a Fundo e para o trabalhador”, citando ainda o investimento em infraestrutura como saneamento, que melhoram a qualidade de vida da população e que são grandes geradores de empregos nas cidades.
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