Crise para quem? Banco Santander lucra 5,9 bilhões no primeiro semestre deste ano
Entretanto, mesmo com o resultado de saltar os olhos, o Santander cortou 847 postos de trabalho entre o início de abril e o final de junho.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Aparecido Augusto Marcelo, enfatiza que o banco possui condições suficientes para atender todas as reivindicações dos trabalhadores, renovar o acordo específico do Santander e também a CCT, discutidas na mesa de negociações com a Fenaban (federação dos bancos).
"É inaceitável que um banco que obtém no Brasil 26% do seu lucro mundial, que segue lucrando cada vez mais no país, permaneça cortando postos de trabalho. Estamos em plena Campanha Nacional e uma das nossas reivindicações é extamente o fim das demissões."
Para Marcelo, com a arrecadação cada vez maior devido as altas tarifas cobradas dos clientes, o Santander tem obrigação de oferecr um atendimento e serviços de qualidade. "No segundo trimestre de 2018, o banco ocupou a primeira posição no ranking de reclamações de clientes ao Banco Central. Isso se deve a uma gestão gananciosa que está disposta a tudo para ter seus lucros acrescidos, inclusive sacrificar seus próprios funcionários, com sobrecarga de trabalho, imposição de metas abusivas e tantos outros fatores que levam a categoria ao adoecimento", critica o diretor.
A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 12,1% em doze meses, totalizando R$ 8,4 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR subiram 4,3%, atingindo R$ 4,6 bilhões. Com as receitas obtidas por meio de prestação de serviços e tarifas o banco consegue cobrir 183% das despesas com pessoal.
"A falta de reconhecimento da importância dos funcionários para a obtenção destes resultados é gritante. O crescimento das despesas que o banco tem com os trabalhadores representa um terço do crescimento obtido com as receitas de prestação de serviços e tarifas," observa o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do Santander, Mario Raia.
Emprego
A holding encerrou o 1º semestre de 2018 com 48.008 empregados no Brasil, com abertura de 1.412 postos de trabalho em relação a junho de 2017, entretanto esse resultado se deve à consolidação dos empregados da tecnologia do banco, antes terceirizados pelas empresas Isban e Produban. Em relação ao 1º trimestre de 2018, o saldo foi de 847 postos fechados. O número de agências cresceu em sete unidades em doze meses.
Veja a íntegra da análise do Dieese.
MAIS NOTÍCIAS
- 40º Conecef aprova resoluções das empregadas e empregados
- Com representação de norte a sul do país, 27ª Conferência Nacional dos Bancários é aberta em São Paulo
- Saúde e as negociações de custeio da Cassi são discutidos no 35º CNFBB
- Fim do teto de gastos da Caixa com saúde dos empregados é fundamental
- Respeito ao ser humano deve ser ponto central no uso da IA pela Caixa
- Jessé Souza: para vencer batalha de narrativas, trabalhadores precisam entender papel do imaginário nacional
- Encontro Nacional define minuta de reivindicações dos trabalhadores do Banco Mercantil do Brasil
- Fortalecimento da Funcef e garantia de benefícios depende também da defesa da Caixa pública
- Trabalhadores do BB definem eixos de luta pela defesa do banco público, da Cassi e da Previ
- Congresso do BB reforça defesa da Previ e denuncia ataques à governança
- Banco do Brasil enfrenta “tempestade (im)perfeita”: juros altos, novas regras e crise no agro desafiam resultados
- Defender os bancos públicos e a soberania é um compromisso inegociável com o povo brasileiro
- Bancários do Bradesco aprovam plano de ação em encontro nacional
- Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú-Unibanco debate conjuntura, tecnologia e desafios da categoria
- Encontro Nacional do Santander debate intensificação das ações de luta e organização