23/03/2018

Mulheres serão as mais prejudicadas com a reforma da Previdência pretendida por Temer


(Foto: Roberto Parizotti)
 
Mesmo com a mudança que diminui a idade mínima para aposentadoria das mulheres de 65 para 62 anos, a reforma da Previdência de Temer continuará penalizando em cheio o sexo feminino.

Dados do Pnad, em 2016, apontou que 34,6% das mulheres jovens entre 16 a 29 anos afirmaram que o principal motivo de não estarem estudando ou trabalhando era porque precisavam “cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos ou de outros parentes”. Este percentual entre os jovens homens foi de apenas 1,4%. O IBGE, também de 2016, mostra que as mulheres que trabalham dedicam 73% mais horas do que os homens aos cuidados e/ou afazeres domésticos.

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região sempre lutou pela igualdade de gênero, sobretudo no ambiente organizacional. "Ainda hoje, infelizmente, as mulheres possuem salários menores em relação à remuneração dos homens, enfrentam jornada tripla de trabalho, não há igualdade de oportunidade, há ausência de companheiros na divisão das tarefas domésticas e na educação dos filhos. Enfrentando tantas barreiras, como essas mulheres continuarão no mercado de trabalho?", questiona o secretário-geral do Sindicato, Júlio César Trigo.  

A preocupação do dirigente não é em vão. De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2015, as mulheres correspondiam a 62,6% do total das aposentadorias por idade, dentre as aposentadorias por tempo de contribuição elas correspondiam somente a 30,3%. Com a proposta de Temer, esses números tendem a cair. Além disso, os valores das aposentadorias das mulheres são bastante baixos se comparados aos dos homens. Em dezembro de 2015, os benefícios das mulheres giravam em torno de R$ 954,78, o que corresponde a 76% dos benefícios masculinos.

Para Trigo, o governo se utiliza de um discurso distorcido sobre igualdade de gênero, pois, ao ignorar, as condições precárias enfrentadas pela mulher no mercado de trabalho, contribui ainda mais para o aumento da desigualdade. O dirigente também ressalta que apenas a mobilização é capaz de barrar tantos retrocessos. "As mulheres precisam continuar unidas e organizadas  na luta por seus direitos e conquistas. Dizer não à contrarreforma de Temer é a única maneira de evitar o desmonte previdenciário. Mobilização deve ser a palavra de ordem".

Ainda segundo o IBGE, em 2016, as mulheres dedicavam 18,1 horas semanais a cuidados de pessoas ou tarefas domésticas. Os homens, 10,5 horas. Essa diferença, em média de 73%, crescia para 80% no Nordeste (19 horas semanais). A jornada aumenta no caso de pretas ou pardas (18,6 horas).
Fonte: Seeb SP, com informações da CUT e edição de Seeb Catanduva

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