Tudo pelo lucro: bancos privados querem operar “filé” do FGTS, anuncia imprensa
O jornal O Estado de S. Paulo publicou na quinta-feira (22), em sua Coluna do Broadcast, um texto confirmando que os bancos privados têm interesse em operar recursos do FGTS da linha Pró-Cotista, destinado ao financiamento de imóveis.
“Já alertávamos sobre isso faz muito tempo, mas ninguém dava atenção, ou não queriam divulgar o fato antes que os bancos terminassem a proposta a ser acertada com o governo. Agora, com quase tudo pronto, soltam a notícia dizendo que foi furo de reportagem”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), observando que quando um assunto como esse é publicado pela grande imprensa é porque já está tudo acertado. “É balão de ensaio para verificar a reação social”.
O próprio jornal observa que os bancos querem operar apenas essa fatia do FGTS por ser o “filé” do mercado imobiliário e do próprio fundo, mas não têm interesse no financiamento de obras de saneamento e mobilidade urbana.
“São os bancos públicos, e não os privados, que investem no desenvolvimento do país. Os bancos privados querem, mais uma vez, se aproveitar da fragilidade do país para aumentar ainda mais seus lucros, que, no Brasil, já são astronômicos”, criticou o presidente da Contraf-CUT.
Para von der Osten, os bancos privados não querem cumprir seu papel social. “Fecham agências, principalmente nas cidades que consideram menos lucrativas, demitem funcionários e não concedem crédito à população, quando essa mais precisa. Quando concedem, aumentam suas taxas de juros com a justificativa de que se trata de uma operação de alto risco. O que querem é ganhar sempre mais”, afirmou. “Na verdade, se os bancos privados assumirem a linha pró-cotista do FGTS, quem correrá risco é justamente quem precisa usar recursos do FGTS para adquirir a casa própria, que são os trabalhadores”, ironizou o presidente da Contraf-CUT.
Faixa 1
A ironia de von der Osten é justificável. Se observarmos que os bancos são os principais atores sociais do mundo capitalista, onde o que se busca é realmente o lucro, os trabalhadores da chamada faixa 1, que têm renda familiar de até R$ 1.800,00, devem ser prejudicados. “Os bancos são gananciosos. Não vão querer construir imóveis para trabalhadores de baixa renda. Eles podem obter mais lucro investindo em grandes empreendimentos, que lhes garantem melhores taxas e os preços de imóveis são mais elevados”, explicou o presidente da Contraf-CUT.
O déficit habitacional no país é de aproximadamente 6 milhões de moradias. A maior parte está justamente entre a população da chamada faixa 1. Quase 85% das famílias que figuram no indicador de déficit habitacional ganham até três salários mínimos, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP), adotado como oficial pelo Ministério das Cidades.
MAIS NOTÍCIAS
- Defender os bancos públicos e a soberania é um compromisso inegociável com o povo brasileiro
- Câmara aprova urgência de projeto que isenta de IR quem recebe até R$ 5 mil e reduz imposto até R$ 7.350
- Audiência na Câmara debate situação do plano de saúde dos aposentados do Itaú
- COE Bradesco avança em negociação de dois acordos inéditos com o banco
- Veja ao vivo a abertura dos congressos de trabalhadores de bancos públicos
- Manifesto por “tolerância zero para casos de violência e assédio abre o 40º Conecef
- Como 0,1% dos super-ricos do Brasil acumulou mais renda que 80 milhões de pessoas
- Chegaram os Canais do Sindicato no WhatsApp! Siga-nos agora!
- BB lança protocolo de apoio a bancárias vítimas de violência doméstica
- Sindicato denuncia fechamento da agência do Bradesco em Pindorama
- Itaú apresenta avanços em resposta às reivindicações do GT Saúde
- Negociações sobre custeio do plano associados da Cassi avançam, mas ainda sem acordo
- Delegados aprovam Plano de Lutas na 27ª Conferência Estadual da FETEC-CUT/SP
- Encontro Nacional dos Funcionários do Santander debaterá cenário econômico, perspectivas do sistema financeiro e plano de luta da categoria
- 27ª Conferência Estadual da FETEC-CUT/SP reafirma defesa da soberania e dos empregos frente à IA