Sem negociação, direção do Santander impõe banco de horas. Sindicato cobra respeito

A direção do Santander, em mais um desrespeito flagrante aos seus funcionários, responsáveis pelo maior lucro do banco em todo mundo, impôs aos bancários um termo individual, através de assinatura eletrônica no Portal RH, que estabelece normas para banco de horas na instituição. No documento, fica estabelecida a possibilidade de prorrogar em até 2 horas a jornada de trabalho, sendo que a compensação destas horas extras pode ser feita em até seis meses da data de ocorrência.
"O Sindicato defende que o pagamento das horas extras deve ser efetuado em dinheiro, acrescido de adicional de 50%, com reflexo nas demais verbas para que não haja nenhum prejuízo financeiro aos trabalhadores. Com a nova proposta de compensação, quem sairá perdendo é o bancário, critica o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e funcionário do Santander Aparecido Augusto Marcelo.
Outro problema está no prazo e forma de compensação. Como os seis meses para compensação contam a partir da data de ocorrência da hora-extra, e não da assinatura do termo, o bancário dificilmente receberá pelo acréscimo de jornada em dinheiro.
De acordo com Marcelo, a imposição do banco de horas sem a prévia negociação com as entidades representativas dos trabalhadores ilustra os prejuízos trazidos pela reforma trabalhista de Temer para saciar a fome dos banqueiros por lucros cada vez maiores em detrimento das condições de trabalho. "Dessa forma, a direção do Santander flexibiliza a jornada de trabalho, evita contratar novos funcionários e desrespeita o processo negocial", avalia.
O Sindicato cobra que a direção do Santander cancele o termo e respeite o processo negocial com a representação dos bancários.
Para Marcelo, é inaceitável que a direção do banco espanhol tente lesar descaradamente seus trabalhadores por meio da imposição de assinatura eletrônica pelo Portal RH. O diretor defende que a medida mais eficaz é, sem dúvida, a contratação de novos funcionários, mas, que se o banco não quer contratar, que então compense devidamente o serviço prestado.
"Enquanto a unidade brasileira foi responsável por cerca de um quarto dos ganhos da matriz espanhola neste ano e seu portfólio de crédito cresceu 6% nos últimos 12 meses, mesmo quando o crédito total na maior economia da América Latina diminuiu 1,4%, como mostram os dados do Banco Central, o banco presenteia seus funcionários com um pacote de maldades: mudança e aumento do plano de saúde dos funcionários; demissão de bancários que acabaram de retornar de tratamento médico ou estão doentes; defesa pública do desmonte da aposentadoria dos brasileiros através da reforma da Previdência. Como se não bastasse, ataca novamente com um termo de compensação de horas extras em até 6 meses. Não podemos aceitar!"
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