Assédio moral e metas abusivas ameaçam saúde de bancários; denuncie ao Sindicato

A revista ‘Saúde, Ética e Justiça da USP’ publicou neste mês artigo especial sobre o Assédio Moral. Para as pesquisadoras, o que mais desencadeia o assédio moral são as condições inadequadas de trabalho, enxugamento de pessoal, programas de demissão voluntária, atitudes, de superiores ou colegas, que ferem a dignidade, gerando constrangimentos e humilhação. Tudo isso podendo deflagrar o suicídio, uma das consequências extremas do bullying.
Para piorar esse quadro, a pressão abusiva por metas agora passou a ser diária. O movimento sindical tem recebido denúncias sobre o número excessivo de audioconferências e mensagens via whatsapp, que intensificam esse clima de medo e disputa entre bancários. Isso também tem gerado o assédio individual que vem dos colegas de trabalho. Os bancos estão criando seus ‘capitães do mato'.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Roberto Carlos Vicentim alerta que a cobrança abusiva pode comprometer o trabalho dos empregados, a produtividade do banco, o atendimento à população e, sobretudo, a saúde dos trabalhadores.
"O assédio moral no setor bancário não é um problema de comportamento individual, mas sim uma prática sistemática. Em busca de lucros, práticas de assédio dão resultados, mas acabam com as pessoas. O resultado é o acirramento da concorrência entre os trabalhadores, maior individualismo, e esgotamento físico e psicológico"
E sugere: “imponha limites! Não aceite cobranças fora do horário de trabalho, nem mesmo por mensagens de whatsapp. Você vale muito! Denuncie o assédio ao Sindicato. As ligações e mensagens são sigilosas."
França proíbe e-mails fora do horário de trabalho
Em 2017 começou a valer na França uma lei que dá aos trabalhadores o direito legal de ignorar e-mails e outras formas de comunicação de colegas e chefes quando estão fora do horário de trabalho. Chamada de “direito de desconectar”, a nova lei diz que as empresas têm de negociar com seus empregados os termos de comunicação.
#NãoSouObrigada(o)
- A responder mensagens fora do horário de trabalho
- A comprar produtos do banco para bater meta
- A comprar uniforme do banco
- A usar salto alto e gravata
- A tirar minha barba
- A esconder minha tatuagens
- A me calar diante do assédio
O que fazer?
- Resistir anotando e documentando com detalhes todas as humilhações sofridas
- Dar visibilidade procurando a ajuda dos colegas.
- Evitar conversar com o agressor sem testemunhas.
- Guardar documentos por escrito
- Procurar o sindicato e relatar o acontecido para diretores. Denuncie!
Importante:
Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser “a próxima vítima” e nesta hora o apoio dos seus colegas também será precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!
MAIS NOTÍCIAS
- Dia do Bancário: história de luta, conquistas e transformação social
- Saúde Caixa: Caixa é ágil ao tentar minimizar impacto de projeções de reajuste, mas silencia sobre fim do teto em alteração de estatuto
- Sindicato vai às ruas em defesa do Banco do Brasil e da soberania nacional
- BB confirma pagamento da PLR para 12 de setembro
- Bradesco: Assembleia no dia 29 vai deliberar sobre PPR e PRB. Participe!
- 10 motivos para você ir às ruas no 7 de setembro defender a soberania nacional
- Reajuste salarial, PLR, VA e VR: Quanto e quando você vai receber?
- 27ª Conferência relembra greve de 1985 que mudou a história da categoria bancária
- Caixa prevê cobrar 17 mensalidades e reajuste de até 71,4% para o Saúde Caixa em 2026. Luta pelo reajuste zero precisa ser intensificada
- Bancários realizarão ato em defesa do Banco do Brasil e do povo brasileiro
- Live: Afubesp comenta decisão da Previc sobre retirada de patrocínio do Banesprev
- Bancários aprovam defesa dos empregos e direitos, da democracia e da soberania como eixos centrais de luta
- 40º Conecef aprova resoluções das empregadas e empregados
- Com representação de norte a sul do país, 27ª Conferência Nacional dos Bancários é aberta em São Paulo
- Revisão do sistema financeiro nacional precisa ser feita com urgência