Privatização: Onde o governo pretende chegar com o processo de desmonte da Caixa?
Nas últimas semanas, a APCEF/SP publicou uma série de reportagens sobre o Desmonte da Caixa, inspirados pelo texto de Herbert de Souza, o Betinho – “Como matar uma estatal” -, que descreve os passos para a privatização de uma empresa pública.
O desejo de privatizar a Caixa é antigo e foi sempre acompanhado da privatização de outras empresas estatais. A década de 1990, do governo FHC, foi particularmente grave neste campo. Foi o período que mais registrou privatizações de grandes empresas no país, como a Vale do Rio Doce – uma das maiores do mundo no segmento de minérios – e tantos bancos públicos.
A Caixa escapou por pouco, assim como a Petrobras. Mas o plano nunca foi completamente esquecido até que, recentemente, com Michel Temer na presidência, voltou com força total.
Como uma privatização tradicional geraria grande comoção entre a população, ainda mais no caso de um banco que é responsável por colocar em prática os principais programas sociais existentes, a estratégia atual é o desmonte e a venda em fatias. Para isso, ocorrem ataques em várias frentes: condições de trabalho, metas, adoecimento, terceirização, verticalização e direitos. Os empregados mais antigos frequentemente lembram o que ocorreu com o Banespa e o Banerj.
Além do cansaço e clima de medo entre os trabalhadores do banco, a população também é afetada pelos ataques. No entanto, muitas vezes, a culpa por tudo isso acaba sendo jogada em cima dos próprios empregados. Não é raro que sejam tratados com agressividade no atendimento à população. Assim, cresce no povo o sentimento de que não há mal em vender um banco que não consegue atender suas necessidades.
E, enquanto o desmonte ocorre, o cerco está se fechando. Só este ano já foram anunciadas as privatizações da Eletrobras, Casa da Moeda e o leilão de concessão da Lotex (raspadinhas da Caixa). As propostas fazem parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) que, ao todo, prevê a privatização de 4 empresas, 16 terminais portuários, 16 concessões de energia, 18 aeroportos, 2 rodovias e 1 PPP (Parceria Público-Privada) de Telecom. As áreas de seguros e cartões da Caixa também estão na mira do PPI.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e também diretor da Apcef/SP Antônio Júlio Gonçalves Neto ressalta que a única forma de barrar o desmonte e a privatização da Caixa é com a mobilização dos empregados e a conscientização de toda a sociedade. "Está muito claro que o propósito é fatiar a Caixa para privatizar essas partes, de modo a deixar cada vez mais distante a perspectiva de um banco público sintonizado com os desafios sociais do Brasil. Por isso, assumir a luta em defesa dos bancos públicos é mais importante que nunca."
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