Representantes dos empregados cobram negociação dos dias da greve geral na Caixa
A Contraf-CUT e a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa enviaram ofício à direção do banco na terça-feira (2) para pedir esclarecimentos sobre os procedimentos relativos às paralisações dos dias 15 e do dia 28, realizadas em conjunto com diversas categorias profissionais e que tiveram forte adesão em todo o país.
No ofício, também é solicitado o agendamento imediato de reunião da mesa de negociação permanente, para buscar respostas e soluções aos debates anteriores (verticalizaçao, RH 184, trabalhados em dia de repouso semanal remunerado, dentre outros).
Greve legítima
No dia 27, a Contraf-CUT informou a Caixa sobre a greve geral do dia 28, quando reafirmou que se trata movimento nacional, que visa a defesa dos trabalhadores em face das reformas trabalhista e previdenciária, em andamento no Congresso Nacional e também em defesa da Caixa 100% pública. No mesmo dia, a direção da Caixa divulgou que registraria “falta injustificada” a ausência do trabalhador no dia 28.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Antônio Júlio Gonçalves Neto, o Tony, a reivindicação da classe trabalhadora foi legítima, já que a Constituição brasileira assegura o direito de greve. "A população foi às ruas contra os ataques aos direitos sociais e trabalhistas. Não podemos permitir que acabem com tantas conquistas. Também não vamos admitir descontos arbitrários, retaliações, nem qualquer tipo de impacto sobre a carreira daqueles que foram lutar pelos seus direitos, como a Caixa anunciou fazer com sua política antisindical."
A imprensa internacional deu destaque à greve geral no Brasil. Diversos veículos de comunicação mencionaram as paralisações das categorias e protestos em várias cidades brasileiras, além de informar o conteúdo.
Em balanço divulgado no final da tarde pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região 530 locais de trabalho, sendo 15 centros administrativos, foram parados total ou parcialmente. A estimativa é que pelo menos 62 mil trabalhadores participaram do movimento. A entidade lembra que a adesão foi aprovada por 81% da base, em consultas com 15.613 trabalhadores.
O advogado trabalhista Ericson Crivelli observa que a lei determina negociação prévia entre patrão e empregados sobre dias parados. Mesmo sem acordo, não pode haver desconto: "Se no dia 28 o bancário não aparecer para trabalhar, o empregador não sabe por qual motivo ele 'faltou'. Se não foi trabalhar porque aderiu à greve ou porque não conseguiu meio de transporte. Portanto, não pode descontar".
Ameaças configuram prática antissindical, acrescenta Crivelli. "Ficar ameaçando o empregado de que vai descontar ou obrigando-o a ir trabalhar porque vai mandar Uber, táxi ou qualquer outro meio de transporte que não aquele que o empregado está acostumado a utilizar habitualmente constitui um constrangimento ao direito de exercício de greve."
A CEE/Caixa também enviou ofício ao presidente do banco, Gilberto Ochhi, no dia 27, cobrando respostas para questões específicas dos empregados da Caixa: reposição dos postos de trabalho a fim de resguardar o atendimento à população e assegurar o trabalho digno; contra o fechamento de agências; correto pagamento das horas extras referente aos sábados trabalhados, com adicional de 100%; o fim da verticalização, que ameaça carreiras e o atendimento ao público, entre outros itens.
Fiquem atentos: caso seja registrada a falta injustificada, comunique ao sindicato através da página Denuncie ou entre em contato pelo telefone (17) 3522 - 2409.
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