Quase 9 mil bancários em greve no Centro Empresarial Itaú

O Centro Empresarial Itaú Conceição ficou fechado. O centro administrativo onde funcionam a presidência e diversos setores estratégicos do banco teve as atividades paralisadas na manhã da quinta-feira 22, 17º dia de greve nacional dos bancários. A mobilização abrange os quase 9 mil funcionários do Itaú no Ceic, além de cerca de 3 mil terceirizados que prestam serviço no local.
“Fechar o Ceic é um recado claro dos trabalhadores e do movimento sindical: o diálogo é a melhor maneira de resolver o impasse criado pelos bancos na campanha dos bancários”, afirma Marta Soares, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “Os trabalhadores querem reajuste digno para os salários, para a PLR. Querem valorização dos vales, dos auxílios. Respeito aos seus empregos e às condições de trabalho. São reivindicações muito justas e que os bancos podem atender para acabar com a greve.”
Marta relata que o Itaú está aproveitando o período de campanha para fazer sua consulta anual interna de satisfação com os trabalhadores: o Fale Francamente. Numa das questões, o banco questiona se “nessa empresa as pessoas são pagas adequadamente pelo serviço que fazem?”.
“Trabalhador, fale francamente: um banco que lucra R$ 10 bi somente em seis meses não tem condições de atender às nossas reivindicações? Falando francamente: claro que tem”, responde Marta, que também é funcionária do Itaú.
A opinião também é dividida por outros trabalhadores. “A paralisação é justa, é uma categoria grande, em um setor onde os lucros são enormes. Se os bancos nos cobram para bater metas e aumentar os lucros, porque não podemos cobrá-los de nossas reivindicações”, disse um bancário do Ceic.
Ameaça, não
Uma trabalhadora da mesma concentração lembrou a pressão diária e constante que vivem no local de trabalho. “E isso só aumenta agora. Vêm nos ameaçar, dizendo que é melhor que o Sindicato aceite a proposta, ainda que baixa, porque no mercado de trabalho as propostas são piores e ainda há muitas demissões. Além das metas, ainda temos a ameaça da demissão, e por isso a greve é importante, pra lutar pelo emprego e pelas outras reivindicações.”
O Sindicato informa: quem aceita ou não proposta são os trabalhadores nas assembleias. Mesmo fórum que decidiu pela greve que vai continuar até os bancos apresentarem proposta digna aos trabalhadores.
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