Banco espanhol se compromete a garantir autonomia dos médicos nos exames

Um grupo de trabalho em saúde do trabalhador formado por dirigentes sindicais se reuniu nesta terça-feira, 16, com representantes do Santander, em São Paulo, para discutir as medidas que o banco vem tomando em relação aos exames médicos dos funcionários. De acordo com os representantes dos trabalhadores, os profissionais da saúde contratados pelo Santander não estão reconhecendo problemas que classificam os bancários como inaptos ao trabalho.
Mesmo negando a responsabilidade, o banco espanhol foi obrigado a reconhecer a existência do problema que consiste na falta de autonomia do médico do trabalho. O profissional é orientado a seguir um fluxo de atendimento que consiste em, antes de considerar o trabalhador "inapto", entrar em contato com o médico coordenador do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) do Santander.
Esse fluxo está expresso em formulário da empresa Micelli Soluções em Saúde Empresarial e é preenchido pelo profissional de saúde no momento da avaliação. O problema também acontece em exames demissionais.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região Aparecido Augusto Marcelo esteve na reunião e comentou que na base sindical de Catanduva já houve esse tipo de problema: “Tivemos uma denúncia recente sobre um médico que estava omitindo o diagnóstico de LER em um bancário, mesmo com a doença reconhecida no trabalhador desde 1997 pelo INSS”.
Leia também: Médicos contratados pelo Santander omitem problemas de saúde dos bancários
Marcelo explicou que, durante a reunião desta terça, o Santander se comprometeu a acabar com o fluxo de inaptidão, tanto com a Micelli como com qualquer outra empresa contratada para realização do serviço. “O banco afirmou que já foi apresentado um comunicado a essa empresa no sentido de deixar claro que os médicos têm autonomia nos diagnósticos” explica o diretor.
O banco se comprometeu a enviar esse comunicado aos sindicatos, que o disponibilizarão nos sites para que os trabalhadores se apoderem do documento. "A ideia agora é que o trabalhador imprima o comunicado e se municie. Se o médico não olhar os exames que o bancário levar, e se houver qualquer coisa que indique que o profissional está obedecendo ordens e não diagnosticando com imparcialidade e ética, o bancário deve entrar em contato com o Sindicato", afirma Vera.
Nova reunião ocorrerá na segunda quinzena de janeiro, quando os representantes dos bancários voltam a avaliar as medidas. Na ocasião, o banco apresentará um programa - já implantado unilateralmente, sem a participação dos empregados - de retorno ao trabalho denominado Retorne Bem.
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