No Dia de Mobilização da CUT, bancários combatem demissões no Itaú
No Dia Nacional de Mobilização da CUT, bancários do Itaú Unibanco se mobilizaram em todo o país nessa quarta-feira, dia 6, para o Dia Nacional de Luta. As manifestações aconteceram contra as demissões que vêm ocorrendo.
"Os bancários estão com medo de perder seus empregos, especialmente após a entrevista de Roberto Setúbal à revista Exame em que ele afirma que 'é hora de cortar'", afirma Jair Alves, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, órgão que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco. "Os bancários enfrentam péssimas condições de trabalho, pressão constante por metas elevadas e sobrecarga de serviço que levam ao adoecimento", diz.
O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, declarou publicamente na época da fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008, que não aconteceriam demissões. O movimento sindical participou de diversas mesas de negociações, inclusive na última que aconteceu dia 19 de abril, e recebeu a promessa do banco de que o emprego seria garantido. Se oficialmente as demissões em massa estão descartadas, na prática a história é outra.
Agora, reportagem da Exame Finanças, na edição do dia 15 de junho, comprova que o Itaú Unibanco iniciou um duro programa de corte de custos e reorganização interna "para atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam".
As demissões estão ocorrendo em todos os setores do banco. Apenas nos meses de abril e maio, de acordo com a revista, cerca de 350 profissionais deixaram o banco, a maioria deles pertencente à área de crédito ao consumidor, que engloba a financeira e o segmento de cartões de crédito.
Segundo a revista Exame, comenta-se no banco que mais bancários serão demitidos quando for fechado o centro de processamento de dados do Unibanco, previsto para ocorrer até o fim do ano. "Com lucro recorde de R$3,53 bilhões no primeiro trimestre de 2011, as demissões são injustificáveis", avalia o dirigente sindical.
As entidades sindicais denunciam que as demissões vêm piorando as condições de trabalho. Para suprir a demanda dos clientes, trabalhadores estão sendo sobrecarregados, além de conviverem com desvios de função e o fantasma da terceirização. Os sindicatos estão recebendo denúncias de que gerentes operacionais estão deixando suas funções para assumir atendimento nos caixas. "A política do banco também prejudica a clientela, que sofre com filas e ainda paga tarifas elevadas. Isso tem que mudar", sustenta Jair.
Outro tema que está na pauta das mobilizações é o reajuste do Plano de Saúde dos funcionários da empresa. "O aumento foi feito pelo banco de forma unilateral. Tentamos negociar mas o movimento sindical não foi escutado", conclui Jair.
Fonte: Contraf-CUT
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