20/04/2022

40% dos acordos salariais tiveram reajuste abaixo da inflação no primeiro trimestre



As negociações trabalhistas feitas em março, segundo atualização do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mantêm a situação desfavorável de maioria dos acordos salariais abaixo da inflação. Praticamente 40% das campanhas acompanhadas no primeiro trimestre foram fechadas com reajuste inferior à variação do INPC-IBGE, indicador usado como referência no setor. Foram 31% equivalentes à inflação e 29% acima. Na média, a variação real dos reajustes é de -0,49%.

Os resultados foram um pouco melhores na indústria, setor em que os acordos acima do INPC representaram 33,7% do total. No comércio, mais da metade (53%) das negociações tiveram reajuste equivalente à inflação acumulada nos 12 meses anteriores. Nos serviços, predominam os acordos com perdas (44%).

“As negociações estão cada vez mais difíceis e revelam a persistência de um quadro desfavorável para os trabalhadores, que começou a se agravar em outubro de 2020. A categoria bancária, no entanto, é uma das poucas que conseguiram reajustes salariais acima da inflação, graças a atuação dos sindicatos que negociaram o Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022”, ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.

"Este ano, temos novamente desafios pela frente com uma nova Campanha Salarial. O panorama das negociações nos últimos meses reforça a importância de os trabalhadores fortalecerem o Sindicato e participarem das atividades propostas. Diante de tantas ameaças e ataques contra a categoria, e a classe trabalhadora de forma geral, manter nossa união e organização é fundamental para resistir na luta. Sem mobilização não há conquistas!”, alerta Vicentim.

Inflação segue em alta

Apenas em março, segundo o Dieese, o resultado foi pior: 52% dos acordos salariais ficaram aquém da inflação. Apenas 14% das negociações tiveram ganho real. Em fevereiro, foram 55% acordos abaixo do INPC. A variação média em março foi de -0,50%, ante -0,97% no mês anterior. Mesmo com inflação crescente, só 5,6% dos acordos previam parcelamento do reajuste.

A alta inflacionária segue sendo um desafio para sindicatos, trabalhadores e campanhas salariais. Para categorias com data-base em janeiro, o reajuste necessário era de 10,16%. Subiu para 10,60% no mês seguinte, 10,80% em março e agora está em 11,73%. Em abril do ano passado, estava em 6,94%.

Confira aqui a íntegra da pesquisa do Dieese.


 
Fonte: CUT, com edição de Seeb Catanduva

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