11/06/2021

Bancários se reúnem com ministro da saúde para solicitar prioridade na vacinação


 
 
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recebeu, nesta sexta-feira (11), o ofício da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), representando o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, com a solicitação de inclusão da categoria bancária no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19 e as informações e dados complementares que mostram tal necessidade. O documento foi entregue pelas mãos das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira e Ivone Silva, presidentas da Contraf-CUT e do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região, respectivamente.

“Apresentamos os argumentos e trouxemos, inclusive, um parecer médico acerca das características do trabalho bancário na agência, que é um ambiente de trabalho fechado, sem ventilação natural, por não haver possibilidade de as portes permanecerem abertas por conta da segurança. Apresentamos também os dados que mostram o aumento de 176% dos desligamentos por morte na categoria. Além disso, explicamos a situação do contágio dos funcionários e clientes, que as agências se transformaram em um vetor risco para as milhões de pessoas que precisam ser atendidas por este serviços essencial para a população e que, por isso, em nenhum momento pôde permanecer fechado durante a pandemia”, explicou a presidenta da Contraf-CUT.

O ministro recebeu o pedido e vai encaminhá-lo para equipe técnica que estuda o PNI. “Ele disse que a decisão não é individual dele, mas desta equipe”, informou a presidenta da Contraf-CUT.

“A atividade bancária é considerada essencial nos termos do Decreto n° 10.282 de 20 de março de 2020, alterado pelo Decreto n° 10.329 de 28 de abril de 2020, que regulamenta a Lei n° 13.979 de 6 de fevereiro de 2020”, lembra um trecho do ofício. “Preservar vidas é uma luta de todos dentro de suas esferas de competência e reduzir a transmissão do novo coronavírus com medidas preventivas é essencial”, diz outro trecho.

“Foi uma reunião muito boa com o ministro. Pudemos mostrar pra ele que a categoria bancária se notabiliza pela grande exposição aos riscos de contágio nas agências e que já foram registrados inúmeros casos de adoecimento, de afastamento do trabalho, internações hospitalares e de óbitos na categoria e, além disso, os bancários podem, sem saber, transmitir o vírus para os clientes que necessitam do serviço e para seus familiares”, avaliou Ivone. “Por isso, muitos estados e municípios já incluíram os bancários como categoria prioritária para a vacinação”, observou.

O documento ressalta que a “concentração de clientes e usuários nos ambientes internos e externos das agências bancárias tem crescido, com ênfase pela busca dos serviços por parte de pensionistas e aposentados da previdência social, que têm necessidade de apoio com atendimento presencial, daqueles que buscam os bancos para renegociações de dívidas ou para inscrição em programas de apoio às empresas e, majoritariamente aos mais de 67 milhões de beneficiados pelo recebimento das parcelas do Auxílio Emergencial.”

Vacinação contra Covid-19: confira a luta e as ações do Sindicato em defesa da saúde da categoria

Para fortalecer a luta do movimento sindical pela imunização da categoria, o Sindicato, desde o início da vacinação no país, tem se mobilizado junto às demais entidades representativas, em ações e atividades virtuais.

A entidade encaminhou ofício à prefeitura de Catanduva e reforçou aos demais governos municipais das cidades que compõem a sua base a proteção à saúde e vida dos trabalhadores através da inclusão dos bancários e bancárias nos grupos prioritários do PNI. Representado pela Fetec-CUT/SP, também encaminhou ofício ao governo paulista, reivindicando a inclusão da categoria no Plano Estadual de Imunização (PEI).

Em plenária estadual virtual realizada no dia 22 de março, os bancários e financiários de todo o estado de São Paulo aprovaram a participação da categoria na mobilização nacional realizada do dia 24 daquele mês, intitulada “Lockdown dos trabalhadores pela vida”, chamada pela CUT e demais centrais sindicais e pela frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, e que teve como uma das principais bandeiras vacina já para todos.

O Sindicato também participa e apoia iniciativa da Fetec-CUT/SP, divulgando desde o dia 22 de março um abaixo-assinado virtual cobrando a inclusão da categoria bancária como grupo prioritário na vacinação contra a covid-19. A coleta já conta com mais de 24 mil assinaturas.

No dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, o Sindicato e os trabalhadores estiveram unidos em ação virtual cobrando a vacinação para a categoria, também o fim dos ataques aos bancos públicos, por melhores condições de trabalho na pandemia e o fim das demissões, dentre outras pautas.

Depois de mais de um ano de cobranças pelo movimento sindical bancário, a Fenaban (federação dos bancos) finalmente apresentou uma proposta de protocolo de segurança unificado contra a Covid-19, em mesa de negociação no dia 24 de maio.

Em 26 de maio, o Sindicato divulgou levantamento feito pelo Dieese com dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontando crescimento de 176,4% nos desligamentos por morte na categoria bancária na comparação entre o primeiro trimestre de 2020 (18,3 óbitos/mês) com o primeiro trimestre de 2021 (50,6 óbitos/mês).

Bancários de todo o Brasil promoveram Dia Nacional de Luta, no dia 27 de maio, pela inclusão da categoria como essencial no Plano Nacional de Imunização (PNI) e por vacina para todos. Os protestos incluíram tuitaço, mutirão e atos na Caixa Econômica Federal em homenagem aos empregados mortos vítimas da covid-19 nas agências.

A Contraf-CUT, representando o Sindicato, enviou, em 2 de junho, o segundo ofício ao Ministério da Saúde cobrando a inclusão dos bancários no PNI, e o agendamento de reunião, em formato virtual, para tratar do assunto e apresentar os dados do setor e da categoria.

"Desde o começo da pandemia, o Sindicato atua para defender a saúde e a vida de bancárias e bancários. Nas reuniões do Comando Nacional com os bancos, desde março de 2020, foram assegurados protocolos sanitários, o home office para grande parte da categoria, o fornecimento de equipamentos de proteção, entre outras medidas. Com o início da vacinação no Brasil, o Sindicato também atuou em várias frentes para pedir a inclusão da categoria nos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI). a atividade bancária é essencial e não foi interrompida durante a crise sanitária que assola o país. Se o trabalho é essencial, a vida dos trabalhadores também é", ressalta o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.

Aumento de mortes

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) compilados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostram que a categoria bancária registrou um crescente número de encerramento de contratos de trabalho por morte, seguindo uma tendência similar aos casos de óbitos desde o início da pandemia do novo coronavírus.

No primeiro trimestre de 2020 o impacto foi quase nulo da pandemia do novo coronavírus. Neste período, a média mensal de óbitos foi de 18,33 vidas. Já no acumulado de três meses, fevereiro a abril de 2021, com o agravamento da pandemia no país, a média mensal de óbitos se elevou para 52 vidas, com crescimento de 176,4%.
 

 
A situação é semelhante em relação aos empregados na segurança privada nos bancos, com destaque aos envolvidos no transporte de valores em veículos blindados, também os trabalhadores das redes de farmácias que aplicam os testes rápidos de Covid-19, os servidores de cemitérios, os servidores da limpeza urbana, dentre outras categorias.

Leia a íntegra do ofício entregue ao ministro e o relatório médico do Dr. Albucacis de Castro Pereira, explicando que a “característica física do ambiente de trabalho propicia a maior concentração do vírus e o evidente contágio e, devido aos necessários cuidados com a segurança, as agências bancárias são fechadas e não oferecem ventilação e nem circulação natural de ar.” E que “estudos científicos demonstram que um indivíduo adulto, em atividade laboral leve, com jornada de 8 horas, inspira e, portanto, exala, cerca de 4.400 litros de ar (147 inspirações/minuto, 600/700 ml por inspiração x 60 minutos x 8h) com variações de acordo com o esforço físico. Nestas condições, independentemente da fala, tosse ou espirro, a emissão de aerossóis se propaga em suspensão por horas no ambiente, aumentando drasticamente as possibilidades de contágio.”
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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