12/03/2021

Dieese: estudo revela que mulheres são as que mais sofreram com desemprego em 2020



O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou este mês o material especial “A inserção das mulheres no mercado de trabalho”. O trabalho compara dados dos terceiros trimestres de 2019 e de 2020 e mostra que parcela expressiva de mulheres perdeu sua ocupação no período da pandemia e muitas nem buscaram uma nova inserção.

Entre o 3º trimestre de 2019 e 2020, por exemplo, o contingente de mulheres fora da força de trabalho aumentou 8,6 milhões, a ocupação feminina diminuiu 5,7 milhões e mais 504 mil mulheres passaram a ser desempregadas, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). A taxa de desemprego das mulheres negras e não negras cresceu 3,2 e 2,9 pontos percentuais, respectivamente, sendo que a das mulheres negras atingiu a alarmante taxa de 19,8%.

A combinação da pandemia com as crises econômica e social reforçou a distância salarial entre homens e mulheres. As mulheres continuam ganhando menos. Em 2019, a renda média da mulher era de R$ 1.974,00, enquanto a dos homens era de R$ 2.518,00. Um ano depois, a desigualdade continuou. A renda média da mulher passou para 2.191,00, mas a do homem subiu para R$ 2.694,00.

O trabalho mostra a situação da mulher no mercado de trabalho por estados e entre mulheres negras e não negras. O trabalho também confirma que a desigualdade que afeta as mulheres também segue no ensino superior.

"O público feminino enfrenta um cenário cada vez mais preocupante e dramático. A perda do trabalho significa perder renda, autonomia e soberania. Tudo que engloba várias dimensões da violência e maior submissão ao patriarcado, reforçado pela falta de políticas públicas que promovam o empoderamento feminino e proporcionem a igualdade de oportunidades para elas, sobretudo no campo profissional. Sem medidas de recuperação econômica que contemplem a questão de gênero para reduzir a desigualdade entre homens e mulheres e uma mudança de conceitos da sociedade - combatendo o machismo dia após dia, veremos a mulher sofrendo ainda mais a violência que já sofre, seja pela pesada carga de ter que assumir todo o trabalho doméstico e familiar, seja pela agressão de seus companheiros, seja pelo preconceito no mercado de trabalho", ressalta o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Júlio César Trigo.

Fora Bolsonaro!

“Esse estudo só confirma o que a campanha do Movimento Sindical vem divulgando, de que as mulheres são as maiores vítimas da pandemia e da crise econômica que se abateu sobre nosso país. Não é mera coincidência que o governo Bolsonaro está por trás desse desastre. Bolsonaro é misógino, tem um extenso histórico de desrespeito às mulheres. Também despreza a população carente, o movimento popular, os sindicatos. Por isso, lutar pela igualdade das mulheres em nosso país é lutar para tirar esse personagem da Presidência da República. Fora Bolsonaro!”, declarou a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis.

> Para acessar o estudo do Dieese, clique aqui.
Fonte: Contraf-CUT

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