O que o Santander pode fazer por você? Que tal um pouco mais respeito por seus clientes?

Pressão pelo cumprimento de metas abusivas, assédio moral, tratamento diferenciado a alguns colegas em detrimento de outros, desrespeitos aos clientes e à Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários. Todas essas práticas são recorrentes no departamento gerente digital localizado no Vila Santander, segundo denúncias dos próprios funcionários ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que cobrou do RH do banco espanhol uma resposta para estes abusos.
“Existem trabalhadores na área descontentes, reclamando, insatisfeitos e ficando doentes, pois vieram da rede achando que iam ter uma baita estrutura no digital e isso não ocorre”, resume um funcionário. “Além da diferença de salários, metas que não são claras, metas inalcançáveis e portal que contabiliza resultados de forma errada”, denuncia outro.
“As cobranças começam antes de entrar no banco”, afirma um bancário. “Mensagens no WhatsApp fora do horário de trabalho cobrando metas”, reforça outro. A cobrança de metas via celular pessoal é proibida pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) ratificada pela Fenaban, a qual o Santander tem assento.
Outra prática vedada pela CCT recorrente naquele setor é a exposição do ranking de metas. “Os GG [gerentes-gerais] da equipe deixam uma lista na mesa com os 100 que vão atingir [as metas] para todos verem, expondo os resultados de todos”, relata um funcionário. “Exposição durante reuniões, falando na frente de todos de quem está ruim”, corrobora outro.
Além disso, a meritocracia e a eficiência, tão prezadas pelos bancos, parecem não ser práticas seguidas à risca naquele departamento: “Existem gerentes com metas reduzidas e sendo favorecidos pelo GG”, aponta um bancário. “Clientes com os dados desatualizados, o que dificulta fazer negócios. Quando tem problemas que levam a gestão, o gestor trata com descaso.’”
Ainda segundo denúncias, para atingir as metas inalcançáveis, os gestores orientam práticas que desrespeitam os clientes. E quem acaba penalizado em caso de reclamação são os próprios funcionários.
“Precisam vender oito maquinas da GetNet, porém as mesmas não são entregues e o bancário não recebe variável. Para o superintendente, o que importa é vender”, critica um funcionário.
E para completar o festival de absurdos, rola a operação abafa: “Tem gestor que quando ouve o problema, diz para não envolver o Sindicato que tudo será resolvido. Mas nada se resolve”, conta um colega.
“Formalizamos as denúncias ao banco e aguardamos providências urgentes”, afirma o dirigente sindical e bancário do Santander André Bezerra.
O site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região disponibilza um canal de combate ao assédio moral onde podem ser feitas denuncias como as descritas acima. O sigilo é absoluto.
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